O trabalho se apoiou sobre a obra da artista espanhola Angélica Liddell e sobre o conceito de "abjeção" proposto por Julia Kristeva para investigar algumas representações do feminino hoje. 

A tensão dentro/fora, ou melhor, a dimensão fronteiriça presente na ideia de abjeção somado à provocativa dialética misógina que marca a obra de Angélica Liddell foram os principais nortes para a pesquisa que se desenrolou entre fevereiro e agosto de 2017. 

Por não se pretender a um discurso único, este espaço preserva a autoralidade dos trabalhos surgidos ao longo do processo, além de ser um registro expandido dessas explorações. 

Dentro do espetáculo a artista apresenta a performance "quando você me olha o que você vê?". De forma interativa conduz o público em uma vertigem a partir desta pergunta.

“No quiero ser una de esas mujeres que son 
sólo setimientos, 
que necesitan sentimientos a todas horas,
que no tienen más argumentos que los putos
sentimientos,
que necesitan limpiar hasta una letrina por amor,
y no simplesmente porque dében limpiar la letrina,
y limpiarla bien, y ya está.
Limpiar una letrina no es amar”
(Angelica Liddell)

Para o experimento, o trabalho se deu em cima de quatro disparadores tomados de obras de Liddell: Minha relação com a comida, Fuck You Mother, Eu não sou bonita e O que farei com essa espada? 

Performers criadorxs: Ana Laís Azanha, Bruna Betito, Cibele Bissoli, Débora Rebecchi, Emilene Gutierrez, Florido, Gilka Verana, Juliana Piesco, Letícia Bassit, Maíra Maciel, Oliver Olivia, Ramilla Souza, Sol Faganello.
Direção: Janaína Leite
Assistência de direção: Tatiana Caltabiano
Dramaturgismo: Tatiana Ribeiro
Iluminação: Afonso Costa
Preparação Stiletto: Kaval
Preparação Haka: Allan Melo