"A montagem não só retrata as dificuldades enfrentadas pelos operários e estudantes – todos fictícios – que participam do movimento, mas traz ao debate a questão da mulher, tão central nos dias de hoje. A história principal é a de Joana Paixão (Helena Albergaria), uma operária que se disfarça de homem, João Batista, para ganhar um salário melhor e questionar a situação feminina no ambiente fabril. O machismo e a opressão, comportamental e financeira, aparecem também nos dramas da brilhante Luísa (Sol Faganello), militante que deixa a faculdade para fazer a revolução na fábrica."
Revista Fórum, 09 de junho de 2016, escrito por Milena Buarque
Quando assistimos um espetáculo de uma companhia com solidez na sua história é que percebemos com mais profundidade o diferencial que reside na harmonização de um elenco maturado pela ação do tempo, trabalhando uma linguagem comum e íntima a todos. Não se nota em Beto Matos, Débora Rebecchi, Érika Rocha, Helena Albergaria, João Filho, Ney Piacentini, Rogério Bandeira, Sol Faganello e Thiago França qualquer resquício de individualismo em suas atuações, estando todos à serviço de um bem comum para estruturar um trabalho de pesquisa dramatúrgica. Há um suporte mútuo, o jogo é permanente e o equilíbrio eficaz, independente das nuances que cada ator impõe ao seu personagem.
Botequim Cultural, critica escrita por Renato Mello
"Oriundo dos núcleos de estudos desenvolvidos pelo Grupo XIX (grupo no qual a diretora é integrante) na Vila Maria Zélia e apoiada na pesquisa acadêmica de Janaína, que entre outras referências, se apoia nas obras da artista espanhola Angélica Liddell, Feminino Abjeto, ganha força ao trazer a tona questões complexas do universo feminino, que permanece entalado na garganta, delas. A direção orquestrou suas artistas num misto de depoimentos pessoal e encenação, jogando por vezes para o público o poder de tomar decisões, no lugar delas. É corajoso os momentos de interação, mais pelo que a ideia suscita, do que a ação em si. Essa subversão está muito representada no corpo de Sol Faganello. Sempre bom ver uma artista que se expõe e compra para si o risco da interação. Pode parecer pouco, mas numa sociedade conservadora e hipócrita (inclusive no meio artístico) é muito."
Ilusões da Sala Escura, 24 de março de 2018, escrito por Rodolfo Lima
"Pensada especialmente para comemorar o mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher e os cinco anos de atuação da Damas Produções, coletivo formado pelas artistas Ana Paula Lopez, Camila Couto e Sol Faganello, a Ocupação Mulheres Protagonistas traz ao público, em parceria com outras companhias e artistas convidadas, quatro espetáculos de teatro, um de dança, três performances, exibição de curta-metragem e bate-papo. A ocupação, que começa dia 6 de março, sexta-feira, às 19h, acontece durante todo o mês de março no Teatro Arthur Azevedo e pretende promover um espaço de compartilhamento entre mulheres artistas e o público."
Aplauso Brasil, 01 de março de 2020, escrito por Kyra Piscitelli
"Estas insuportáveis figuras sem memória são simultaneamente conservadoras e entusiastas da arte contemporânea. Há certa dubiedade na crítica elaborada em O Despertar dos Caracóis, e ela é muito bem-vinda. Ao passo que a obra em si está absolutamente imersa em pesquisas de linguagem contemporânea, estabelece-se a assunção de que a juventude não é nada sem história."
Ruína acesa, 22 de agosto de 2019, critica escrita por Amilton Azevedo sobre o trabalho "O despertar dos caracóis logo após as tempestades artificiais"